Câncer digestivo: fatores de risco
Medico: Dr Paulo Branco
Duvidas:
e-mail/msn: paulobranco@terra.com.br
Contato:
Pompeia: 011 – 986663281 c/
Monica
Vila Olímpia: 011
– 38467973 c/ Fatima
1- Esôfago:
Esse câncer representa
a sexta causa de morte por câncer no mundo, tendo uma incidência geográfica que
varia em diferentes regiões.
Fatores de risco mais frequentes:
- Fumo: Pelos carcinógenos presentes nos cigarros como as nitrosaminas.
Estudos médicos demonstraram que fumantes tem 9 vezes mas chances de terem esse
tumor quando comparados aos não fumantes e contribuem também o numero de
cigarros fumados por ano assim como os ex-fumantes que tem risco 4 vezes maior
- Álcool em
excesso: Pacientes que
consomem mais de três doses de álcool por dia têm risco 5 vezes maior de
desenvolverem este tipo de tumor quando comparados com aqueles que ingerem
apenas uma dose por dia.
- Fumo e Álcool: Aumenta a ação dos carcinógenos causadoras da doença,
presentes nas duas substancias.
- Alimentos: Alimentos ingeridos em altas
temperaturas como o chimarrão no sul do pais, Carne vermelha, embutido,
alimentos curados ou conservados em sal que comtem altos teores de nitrosaminas
que são conhecidos carcinógenos presentes no aparelho digestório.
- Vitaminas: Deficiência no solo de
Selênio e baixo consumo de vitaminas C,E,A tem sido observado em pacientes com
esta doença.
- Doença do refluxo e esôfago de Barret:
O refluxo grave
poderá determinar uma alteração histológica na parede do esôfago conhecida como
esôfago de Barret que tem um risco 40 vezes maior de desenvolver o tumor do
esôfago. Não há tratamento clinico ou cirúrgico que diminua o risco de
desenvolver a doença. Orienta-se um
seguimento endoscópico anual para
detectar uma alteração histológica mas precocemente. Hoje para os casos bem
selecionados a área comprometida poderá ser retirada por endoscopia
principalmente nos pacientes não aptos a cirurgia. Em relação ao refluxo a
orientação é manter a prescrição de bloqueadores da secreção acida que facão
desaparecer os sintomas e promovam a cicatrização dos achados endoscópicos sem
a preocupação com os níveis de acidez no esôfago. Parece que a cirurgia não é
capaz de impedir a evolução histológica da doença, porem representa a forma mas
eficaz de proteger a mucosa do esôfago do refluxo.
- Obesidade: Houve uma relação direta
entre o aumento da gordura visceral e IMC com o aparecimento do tumor de
esôfago, confirmando dados epidemiológicos de que a obesidade aumenta de 15% a
20% as chances do desenvolvimento dos tumores malignos.
- Bactéria: Helicobacter pylori: Não esta clara a relação desta bactéria e o
aparecimento deste tipo de tumor. Esta bactéria por diminuir a produção de
ácido no estomago porque induz um tipo de gastrite na qual há uma atrofia das
células do estomago produtoras de acido e com isso atuaria como um bloqueador
do acido o que diminuiria o fator irritativo para a mucosa do esôfago. Por
outro lado diminuir muito a produção de acido poderá fazer crescer as bactérias
produtoras de nitrosaminas que representam fator de risco para o
desenvolvimento de um tipo de tumor chamado epidermoide.
Prevenção do câncer de esôfago:
Alimentação: A prevenção consiste na diminuição a exposição dos
fatores de risco acima descritos, como
diminuir a ingestão dos alimentos salgados e defumados e aumentar na dieta a
ingestão de frutas, verduras e legumes e uso de medicamentos que diminuam a
exposição da mucosa do esôfago a ação deletéria do ácido do estomago por
refluxo.
Aspirina: A recomendação atual é que o uso regular da aspirina e
antiinflamatorios dominam a incidência
do câncer de esôfago, porem duvidas ainda persiste sobre a duração da prevenção
e a frequência do uso dessas drogas.
2- Estômago:
A doença é
frequente no Brasil, de causa multifatorial e segue uma tendência mundial de queda na
incidência.
Fatores de risco:
Tipo sanguíneo A
Historia familiar: Presente em 10% de todos os tipos de tumores.
Exposição prolongada ou intensa à radiação
Anemia perniciosa
Nitrosaminas: Substancia presente nos enlatados e embutidos ricos em
compostos nitrosos e que aumentam a incidência da bactéria helicobacter pylori
que potencializam a ação dos compostos nitrosos.
Vitaminas: Alimentação pobre nas vitaminas C,E,betacaroteno.
Bactéria: Helicobacter pylori. Países com elevada incidência do câncer de
estômago tinha também índices elevados de gastrite crônica por bactéria. A
erradicação da bactéria nestes pacientes com gastrite crônica diminuiu a
incidência do tumor gástrico. Estima-se que 65% a 80% dos tumores gástricos nos
países desenvolvidos e em desenvolvimento, respectivamente, sejam atribuídos à
infecção pela bactéria sendo portanto passiveis de prevenção.
Comentário: Sabe-se que 80% dos pacientes com a bactéria são
assintomáticos, 10% a 15% desenvolvem Ulcera péptica e 1% a 2% o câncer. A
resistência do hospedeiro as alterações inflamatórias e alterações celulares
justificaria a diminuição dos tumores na maioria dos pacientes.
Tabaco: Há uma relação direta com o numero de cigarros consumidos.
Prevenção do câncer do estômago:
Hábitos e comportamentos: Cessar o consumo do tabaco, diminuir os alimentos
conservados em sal ou embutidos e aumentar o consumo de frutas, verduras e
legumes. Uma outra conduta importante será erradicar a bactéria Helicobacter
pylori.
Vitaminas: O consumo de vitaminas antioxidantes: C,E, alfa e betacarotenos,
selênio mostrou resultados positivos na diminuição do câncer gástrico em
estudos populacionais na china.
3- Fígado:
É uma das
principais doenças malignas da atualidade. Sua elevada incidência e seu
prognóstico habitualmente sombrio indicam a relevante necessidade das ações
preventivas, principalmente pela sua relação com fatores comportamentais e
ambientais. O carcinoma hepatocelular é o quinto tumor mas frequente em todo
mundo. O prognostico é ruim na maioria dos casos e a taxa de sobrevivência em 5
anos é em media de 5% nos pacientes sintomáticos.
Fatores de risco:
Cirrose hepática: Associada em mais de 80% dos casos.
Hepatite crônica: Pelos vírus das hepatites B,C.
Comentário: Demonstrou-se que 80% dos pacientes infectados
agudamente evoluem para a forma crônica da hepatites e destes cerca de 20%
evoluam para a cirrose hepática.
Alcoolismo: Ingestão maior que 50 g/dia
Anabolizantes esteroides: O uso abusivo de esteroides pode levar a esteatose
hepática e ao desenvolvimento da cirrose. Os anabolizantes determinam
alterações nas estruturas das células hepáticas por ação oxidante
principalmente pela diminuição da glutationa.
Prevenção do câncer de fígado:
Hepatite B: Vacinação
Sexo de camisinha: Seja responsável principalmente com o tesao de ultima
Usuários de drogas: Evite o uso coletivo das seringas.
Alcoolismo: Seja forte para vence-lo.
4- Câncer colorretal:
Este tumor requer
uma atenção por ter uma alta incidência e por representar 15% de todos os casos
de câncer.
Fatores de risco:
Idade > de 50 anos.
Genética: Parentes de primeiro grau que tiveram uma neoplasia (
tumor )antes dos 45 anos.
Pólipos: O câncer começa como um pólipo.
A maioria dos
pólipos cresce lentamente, mantendo-se benignos por longos períodos de tempo
antes de se transformar em câncer. Estima-se que esse período de transformação
da sequencia pólipo-câncer seja de 10 anos.
Apesar da sua
longa evolução clinica, apenas 10% a 15% dos pacientes são sintomáticos,
fazendo com que a grande maioria seja diagnosticada em fase avançada da doença.
Fibras: Baixo consumo
Doenças inflamatórias intestinais crônicas: São a Retocolite ulcerativa e a doença de
Crohn de longa duração.
Tabagismo
Alcoolismo
Obesidade: Ingestão de calorias em excesso.
Alimentos: Consumo
maior de embutidos e enlatados.
- Prevenção do câncer colorretal:
Pesquisa de
sangue oculto nas fezes: Tendo em vista a sua razoável sensibilidade, especificidade
e facilidade de execução é o método mas indicado para o rastreamento em populações
a partir dos 50 anos, que deverá ser complementado pela colonoscopia caso seja
positivo.
Colonoscopia: É considerada o melhor exame para se
realizar o rastreamento. Pela sua maior especificidade e sensibilidade.
Em um mesmo exame a
colonoscopia poderá ser diagnostica mas também poderá realizar a retirada de um
pólipo.
5- Câncer de ânus
1- Sintomas?
Os sintomas constituem um problema, pois não são
específicos dos tumores do anus e poderão fazer parte do quadro clinico das
hemorróidas, fissuras anais, inflamações do canal anal e pólipos retais. As
manifestações clinicas mais freqüentes do câncer anal são inespecíficas como
dito acima e são:
- Dor anal
- Sangramento
- sensação de nódulo
- incontinência (evacuar sem sentir)
Obs. Todos esses sintomas são comumente associados às
lesões ou doenças benignas como a fissura anal, hemorroidas o que poderá
contribuir para uma demora significativa no diagnostico precoce o que tem uma
relação direta sobre o sucesso do tratamento.
Atenção: Durante o exame físico destes pacientes, alguns
achados devem chamar a atenção do medico, como:
- Lesões recorrentes que não cicatrizam com o tratamento
- Lesões verrugosas moveis ou fixas
- Fissuras com características malignas, como: Endurecidas,
bordos irregulares e elevados.
Essas fissuras com estes achados deveram ser
obrigatoriamente biopsiadas, pois a biopsia e o exame diagnostico mais
importante para o tratamento dos tumores anais suspeitos de malignidade.
Obs. As fissuras benignas são constituídas de tecido mole,
os bordos são regulares e estas são características macroscópicas que falam a
favor da benignidade da lesão fissural.
2- Fatores causais?
O fator de risco mais importante e a infecção pela doença
sexualmente transmitida pelo HPV num mecanismo muito parecido ao que ocorre
no câncer de colo do útero na mulher, outras condições que predispõem, são:
Outros fatores de risco:
- HIV
- Drogas imunossupressoras: Aumenta em ate 100 vezes a
incidência desta doença.
- Numero de parceiros acima de 10
- Pratica de sexo anal, principalmente se iniciada antes
dos 30 anos: Explicada pelo traumatismo anal constante.
- Tabagismo
OBS IMPORTANTE:
Atualmente, considera-se que as hemorroidas, fissuras e
inflamações intestinais não são fatores de risco ao aparecimento do câncer de
anus.
3- Sexo anal: O traumatismo de repetição e apontado como
causador do câncer anal. Você devera evitar os fatores que determinam tal
traumatismo, como:
- Numero de parceiros: diminuir
- Lubrificação: Adequada e constante durante a relação,
principalmente nas mais demoradas.
- Relaxamento Anal: Respeitar o tempo de relaxamento do
esfíncter anal, realizando um massageamento adequado deste esfíncter que são
60 segundos.
- Ativo apressadinho: E a principal causa do traumatismo
anal, siga as regras acima descritas.
4- Prevenção:
O aumento na incidência destas condições acima descritas
como fatores de risco ao aparecimento da doença representa um desafio para o
aumento no aparecimento do câncer anal de forma direta.
- O uso regular da camisinha como modo de prevenção do HPV
e HIV
- Diminuir o numero de parceiros sexuais.
- Evitar a promiscuidade: O sexo anal realizado de forma
promiscui representa a principal causa de DST e consequentemente do câncer
anal.
- Relação de risco: Aquela relação sem camisinha com
parceiro desconhecido eu tenho escutado e atendido com grande frequência.
Lembrar que o tempo de encubação do hpv vai de dois meses ate 8 meses,
portanto ao deste tempo visite o proctologista para inspecionar a pele
perianal e fazer uma anuscopia para estudar a parte interna do canal anal já
que 95% dos homossexuais passivos
apresentavam o vírus dentro do reto.
5- Alimento:
Não existem alimentos que previnem o câncer anal. O que se
propõe como saudável para se evitar fezes endurecidas que podem machucar o
canal anal e uma alimentação rica em fibras e ingerir 2l de líquidos por dia
para se ter um bolo fecal macio e a traumático.
6- Hemorroida:
Já foi dito que atualmente as hemorroidas NÃO são
consideradas como fator predisponente ou causal para este tipo de tumor,
assim como as fissuras e doença inflamatórias intestinais.
7- Evolução do Tumor:
Se não tratado o tumor se dissemina mais frequentemente
para os gânglios linfáticos na volta do reto, junto da artéria aorta dentro
do abdômen e para os gânglios inguinais da virilha, isto ocorre porque o tipo
de tumor mais frequente e chamado de epidermoide que representa 85% e este
tipo de tumor que e o mais frequente da pele se dissemina para os gânglios
linfáticos. A detecção e confirmação da contaminação dos gânglios pelo tumor
na atualidade e feita pelos exames radiológicos: Tomografia, ressonância
magnética e ultrassonografia com biopsia com agulha. A agulha e direcionada
ou guiada pelos exames acima descritos para o gânglio suspeito e o material e
colhido e enviado para exame anatomopatológico.
8- População atingida?
Houve um aumento nas mulheres, homossexuais e bissexuais
HPV positivos.
9- Tratamento:
Antes de 1974, o tratamento do carcinoma anal era
cirúrgico com sobrevidas tardias entre 50% e 70%. Na atualidade a cirurgia
esta reservada para casos muito especiais ou de exceção. A quimioterapia e
radioterapia se tornaram o tratamento de escolha obtendo níveis de sobrevida
de 90%, menores taxas de recidiva ou retorno local do tumor e menor
necessidade de colostomia.
10- Idade:
Inversamente do que ocorre no câncer do reto, o câncer do
anus e mais frequente em mulheres ( aproximadamente 2:1 ) e na quinta década.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário